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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Importadores informais exigem reposição dos reembolsos do IVA


*  “Mukheristas” comprometem-se a declarar
com honestidade as suas importações nas fronteiras

Por LOBÃO JOÃO

Os importadores informais, vulgo “mukheristas”,  exigem  que as autoridades aduaneiras moçambicanas reponham o processo de reembolso do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA),   abolido em Maio do ano passado, vincando que isso irá contribuir para o aumento das receitas do Estado, tendo em conta que, por seu lado,  comprometem-se a  declarar com honestidade, junto às fronteiras, as suas importações. Esta exigência surgiu numa reunião havida na passada terça-feira, promovida pela Associação dos Importadores Informais, Mukhero, que tinha como objectivo apreciar uma tabela aduaneira com o valor a pagar pelos diferentes tipos de mercadorias importadas proposta pela Autoridade Tributária de Moçambique (AT).

O encontro vem na sequência das negociações decorridas há dias com a AT para pôr fim a um diferendo entre as partes, originado por alegada existência de fraudes na cobrança de direitos  aduaneiros,   supostamente feitas  por agentes alfandegários  posicionados junto à fronteira de Ressano Garcia com a África do Sul.

O impasse levou inclusivamente a que os importadores paralisassem as suas actividades na semana passada.

Sudecar Novela, presidente da Mukhero,   explicou ao “Diário de Moçambique” que os importadores informais estão satisfeitos  com a pauta aduaneira adoptada pela AT, para a importação de produtos de elevado consumo no mercado moçambicano,   como  ovos, manteiga, iogurte, leite fresco,  “palon”, entre outros.

No entanto, referiu que a “satisfação  seria  maior  se a AT voltasse a reembolsar o IVA cobrado sobre as compras a grosso de mercadorias na África do Sul, num processo abolido em Maio do ano passado”.

Novela revelou que está em preparação uma carta que brevemente será endereçada  à AT no sentido  de oficializar  a  exigência da reposição dos  reembolsos do IVA nas fronteiras.

“Isso pode contribuir para o aumento das receitas do Estado tendo em conta que os importadores informais congregados na Mukhero vão declarar com honestidade as suas importações, invertendo a actual situação que propicia subornos a favor dos agentes aduaneiros”, garantiu.

Sudecar Novela sublinhou que a pressão feita com a paralisação das importações na semana passada, foi uma manifestação de protesto contra uma alegada “má actuação das Alfândegas que propicia a existência de esquemas de corrupção e o encarecimento dos produtos oriundos da África do Sul”.

Os importadores informais reclamam ainda o facto de frequentemente serem surpreendidos com a aplicação de medidas aduaneiras sem explicação prévia.

Por seu turno, as Alfândegas de Moçambique, que na semana passada se reuniram com um grupo representativo dos “mukheristas”,  comprometeram-se  a  ser mais dialogantes com a  associação para  “evitar irregularidades  que afectem  ambas as partes”.

Fonte: http://www.diariomoz.comQui, 09 de Fevereiro de 2012 00:00

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